Carrefour é condenado em R$ 50 mil após servir comida com larva e insetos para funcionária
18/10/2025
(Foto: Reprodução) Funcionária flagrou larva em comida servida em refeitório do Carrefour em Guarujá, SP
Reprodução
O Carrefour foi condenado a pagar R$ 50 mil por danos morais a uma ex-frentista após a 2ª Vara do Trabalho de Guarujá reconhecer, com base nas provas apresentadas pela trabalhadora, as "péssimas" condições na alimentação dos funcionários, incluindo registros de larvas e insetos nos alimentos.
Conforme apurado pelo g1, o Carrefour recorreu da decisão. Em nota, a empresa afirmou que considera as acusações infundadas, disse ter adotado medidas imediatas, como a troca da empresa terceirizada responsável pela alimentação, e reiterou seu compromisso com um ambiente de trabalho seguro e respeitoso.
A mulher trabalhou no local entre outubro de 2022 e maio de 2025, e afirmou à Justiça que a comida servida era insuficiente, inadequada e degradante. Segundo ela, os funcionários do posto recebiam alimentação diferente da oferecida aos empregados do mercado.
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Na ação, o Carrefour alegou que as declarações da funcionária eram fantasiosas e que proporciona as melhores condições de trabalho para seus funcionários. O juiz Eduardo José Matiota, no entanto, condenou a empresa após a confirmação das condições citadas por testemunhas.
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Os advogados da ex-frentista, Lucas Pinho e Lucélia Santos, haviam solicitado R$ 61,5 mil em indenização, mas o valor foi reduzido pelo magistrado.
O Carrefour também foi condenado a pagar uma indenização equivalente ao valor do auxílio-refeição, calculada por cada dia que a funcionária trabalhou no posto.
Em nota enviada ao g1, o escritório ainda revelou que representa outros 10 trabalhadores em situações similares, destacando que o ocorrido não seria um caso isolado (veja mais abaixo).
Outros pedidos
Na mesma ação, a funcionária também havia alegado acúmulo de funções e afirmou que não usufruía corretamente do intervalo de almoço, pois o posto ficava localizado a cerca de 10 minutos do refeitório.
Ainda segundo a trabalhadora, ela gastaria mais tempo levando a própria comida, pois havia apenas um micro-ondas no refeitório. Sobre o acúmulo de função, disse que já precisou atuar na limpeza, vender produtos e operar o caixa.
A defesa da funcionária havia solicitado um adicional salarial e horas extras pelo intervalo intrajornada. O juiz, no entanto, indeferiu os pedidos.
Defesa recorre para aumentar valor da indenização
Em nota, os advogados da ex-frentista avaliaram a decisão como um importante passo na defesa dos direitos dos trabalhadores. No entanto, pontuou que o valor está aquém da gravidade dos fatos.
A defesa informou que recorreu da decisão para aumentar a indenização, por entender que o valor atual não cumpre o caráter pedagógico e punitivo que a condenação exige. "Se o valor não for majorado, o Carrefour poderá sentir-se encorajado a manter tal prática”
“É crucial salientar que este não é um caso isolado. Somente em nosso escritório, representamos outros 10 trabalhadores em situações similares contra a mesma empresa. Os funcionários, inclusive, tentaram solucionar o problema internamente, chegando a realizar um abaixo-assinado para exigir a melhoria da qualidade da alimentação, no entanto, não chegaram a uma solução efetiva por parte do Carrefour”, diz trecho da nota.
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