Investigação da maior tragédia do balonismo brasileiro, com 8 mortes, termina 2025 sem culpados

  • 27/12/2025
(Foto: Reprodução)
Como é o passeio em balão que caiu em SC Era uma manhã ensolarada de sábado quando um balão tripulado com 21 pessoas a bordo despencou do céu em Praia Grande (SC) após pegar fogo, em junho, deixando oito mortos. Das vítimas, quatro se jogaram da estrutura em chamas, a cerca de 45 metros de altura, e outras quatro morreram carbonizadas. RETROSPECTIVA 2025: O g1 relembra, nesta última semana de 2025, os assuntos que mais repercutiram no ano em Santa Catarina e que chamaram a atenção em todo o Brasil. ✅Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsApp A investigação sobre a queda havia sido concluída em outubro sem ninguém ser indiciado ou apontado como responsável. O inquérito foi reaberto em novembro, sob responsabilidade de um novo delegado (entenda abaixo). Da esquerda para a direita: Leane Elizabeth Herrmann, Leise Herrmann Parizotto, Leandro Luzzi, Fabio Luiz Izycki, Juliane Jacinta Sawicki, Everaldo da Rocha, Janaina Moreira Soares da Rocha e Andrei Gabriel de Melo Reprodução Tragédia na 'Capadócia brasileira' O acidente aconteceu na manhã de 21 de junho no extremo sul de Santa Catarina, região conhecida como 'Capadócia brasileira' por lembrar o destino da Turquia famoso por formações rochosas peculiares e pelos voos de balão de ar quente. Imagens compartilhadas nas redes sociais mostram o balão no alto em chamas e pessoas pulando dele em meio ao desespero. Entre as oito vítimas, havia médicos, casais e um patinador artístico (veja lista abaixo). Queda de balão em Praia Grande (SC) Redes Sociais/Reprodução A tragédia ganhou destaque inclusive na imprensa internacional. O acidente foi chamado de "dramático" e noticiado por veículos dos Estados Unidos, da Argentina e europeus — como The New York Times, Clarín, BBC e El País. 🔴 O acidente também motivou a atualização nas normas para voos de balões tripulados no Brasil. As regras de transição para a prática do balonismo comercial no país começam a valer em 1º de dezembro, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). As mudanças incluem critérios mínimos de segurança, tipos de balões permitidos, qualificação exigida dos pilotos e procedimentos para operadores (veja aqui). ➡️ LEIA TAMBÉM: mais sobre o acidente em Praia Grande Balonismo comercial tem novas regras no Brasil após acidente; veja o que muda 'Barulho da morte': Moradores lidam com traumas e evitam o assunto Sobreviventes relatam momentos de pânico: 'A gente viu as pessoas caírem' 'Lama amorteceu a nossa queda', diz sobrevivente sobre salto de balão em chamas Relatos Loriane Lopes foi uma das pessoas que viu o balão cair. A mulher estava na casa da avó quando o pai dela apontou para a estrutura em chamas no céu. "A gente achou que era brincadeira. Aí, quando a gente saiu realmente para ver, as pessoas já estavam se jogando, o balão já estava todo em chamas. Foi bem desesperador", disse. Durante o trajeto até o local, ela disse que a família e ela escutaram "pessoas pedindo socorro". Treze pessoas sobreviveram, incluindo o engenheiro Victor Hugo Mondini Correa e a médica veterinária Laís Campos Paes. O casal de Curitibanos, no Oeste de Santa Catarina, conseguiu saltar da estrutura em chamas e caiu em uma área de vegetação que amorteceu o impacto. "A lama amorteceu a nossa queda. A gente conseguiu evitar mais lesões por causa dessa lama", disse Correa. Investigação Com base em depoimentos colhidos com o piloto e os sobreviventes, a Polícia Civil divulgou que: O balão subiu por volta das 7h de 21 de junho com 21 pessoas a bordo e, logo no início do passeio, começou a pegar fogo; O extintor que estava dentro do cesto do balão não funcionou; O balão começou a descer e, quando estava perto do solo, os sobreviventes pularam; entre eles, o piloto; Mais leve, a estrutura voltou a subir. Quatro das vítimas pularam de uma altura de cerca de 45 metros e morreram; As chamas aumentaram e o cesto, com outras quatro vítimas, despencou. Elas morreram carbonizadas; Os bombeiros enviaram o primeiro relatório sobre a queda às 8h18. A investigação sobre a queda do balão havia sido concluída sem indiciados após a polícia ouvir mais de 20 pessoas. Conforme a apuração, o conjunto de provas "não encontrou a existência de conduta humana dolosa ou culposa que tenha dado causa ao incêndio em voo". O inquérito, no entanto, foi reaberto em novembro, um mês após a delegacia anterior encerrar a investigação sem apontar culpados. A retomada aconteceu um dia após a exoneração do delegado de Santa Rosa do Sul que conduzia o caso. Com a troca, o delegado André Coltro assumiu a delegacia do município e passou a comandar a nova fase da apuração. De acordo com o novo investigador, agora, novas diligências investigativas são cumpridas a pedido do Ministério Público (MP). Local da queda de balão que deixou oito mortos em Praia Grande (SC) Patrick Rodrigues/NSC Vítimas Leandro Luzzi, de 33 anos: Era patinador artístico e dava aulas em Brusque, no Vale do Itajaí. Leane Elizabeth Herrmann, de 70 anos: Moradora de Blumenau, estava no passeio de balão com a filha Leise Herrmann Parizotto. Leise Herrmann Parizotto: Médica e servidora pública de Blumenau, no Vale do Itajaí. Estava no passeio com a mãe Leane Elizabeth Herrmann. Janaina Moreira Soares da Rocha (46 anos) e Everaldo da Rocha (53 anos): Casal de Joinville, no Norte do estado, que estava a passeio na cidade. Fabio Luiz Izycki (42 anos) e Juliane Jacinta Sawicki (36 anos): Fabio era primo de 2º grau do prefeito de Barão de Cotegipe (RS) e trabalhava em uma agência do Banco do Brasil. Juliane era engenheira agrônoma e sócia de uma empresa de assessoria rural. Andrei Gabriel de Melo: Era oftalmologista e atuava em Fraiburgo, no Meio-Oeste catarinense. Destino conhecido Com 8,2 mil habitantes, Praia Grande, a "Capital dos Cânions" de Santa Catarina, tem na procura de turistas pelo balonismo a principal atividade econômica da cidade. São cerca de 600 voos todos os meses, mais de 7,5 mil por ano, segundo a Secretaria Municipal de Turismo. A tragédia de junho, conforme a prefeitura, foi o primeiro acidente com fatalidades desde o início da prática na cidade em 2017. O balão tinha capacidade para carregar até 27 pessoas ou 2.870 quilos. Desde o começo da atividade, foram mais de 50 mil voos na região. Em relação a acidentes, a Secretaria de Turismo reforça que outras pequenas ocorrências já foram registradas, mas nenhuma com tamanha gravidade. Em 2021, o ex-participante do Big Brother Brasil Lucas Gallina relatou que passou por um pouso de emergência durante um passeio após fortes rajadas de vento. Já o atleta Fabricio Pacholok filmou a própria queda em 2023. VÍDEOS: mais assistidos do g1 SC nos últimos 7 dias

FONTE: https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2025/12/27/maior-tragedia-do-balonismo-brasileiro-termina-2025-sem-culpados-praia-grande.ghtml


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