Lula chega ao Palácio Merdeka para reunião com o presidente da Indonésia

  • 23/10/2025
(Foto: Reprodução)
Lula viaja para Ásia para aprofundar as relações comerciais na região O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou nesta quinta-feira (23) ao Palácio Merdeka, em Jacarta, 10h no horário local (0h de quinta em Brasília) para uma série de compromissos oficiais com o presidente da Indonésia, Prabowo Subianto. A visita marca o início da agenda asiática do presidente, que tem como foco ampliar o comércio de proteína animal brasileira, reforçar parcerias ambientais e estreitar laços diplomáticos com países do Sudeste Asiático. Lula chega ao Palácio Merdeka para reunião com o presidente da Indonésia Ricardo Stuckert/PR Logo no início do encontro, ambos os presidentes falaram sobre estarem com boas expectativas. Subianto afirmou admirar a excelência de Lula e os programas feitos ao povo brasileiro. Lula disse que é uma grande alegria voltar à Indonésia depois de 17 anos, mas que desde 2008 os países possuem uma parceria estratégica e que espera renovar a relação com essa visita. "É com muita alegria que estou aqui, com muita esperança e muita disposição, para trabalhar para que a relação Indonésia-Brasil seja uma relação cada vez mais produtiva, mais rentável para nossos povos", afirmou Lula. Lula chega ao Palácio Merdeka para reunião com o presidente da Indonésia Reprodução Lula usou sua conta no X para publicar sua chegada ao Palácio Merdeka, reforçando a relação bilateral entre os países, que tem se aprofundado em diversas áreas, como comércio agrícola, bioenergia, defesa e desenvolvimento sustentável. Initial plugin text Agenda de Lula nesta quinta A programação oficial de Lula em Jacarta concentra todos os compromissos no Palácio Merdeka, sede do governo indonésio, além de encontros com empresários locais no fim do dia. O dia começou às 10h (horário local, 0h de quinta em Brasília), com a cerimônia oficial de chegada. Lula foi recebido com honras militares pelo presidente Prabowo Subianto, no pátio do palácio, em uma solenidade que incluiu a execução dos hinos nacionais e a apresentação das delegações dos dois países. Em seguida, foi feita a fotografia oficial e Lula assinou o livro de visitas do Palácio Merdeka, um gesto simbólico que marca o início da visita de Estado. Às 10h20 (horário local), Lula se reuniu com Prabowo, para discutir temas sensíveis da relação bilateral, como exportações agrícolas, investimentos em energia renovável e cooperação em defesa. O Brasil é um dos principais fornecedores de carne bovina para a Indonésia e busca ampliar o acesso ao mercado local com novas certificações sanitárias. Logo depois, ocorreu a reunião ampliada entre as comitivas brasileira e indonésia, com a presença de ministros e assessores dos dois governos. O encontro tratou de acordos comerciais, parcerias ambientais e investimentos em infraestrutura verde. A programação seguiu com um almoço de trabalho oferecido por Prabowo Subianto em homenagem a Lula. A expectativa é que o presidente brasileiro aproveite o momento para reforçar a importância da cooperação econômica entre os dois países. Após o almoço, Lula participou da cerimônia de troca de presentes oficiais, da assinatura de atos bilaterais e, por fim, concedeu declarações à imprensa, ao lado do líder indonésio. Reunião, acordos e discursos A reunião entre os presidentes estava prevista para durar 30 minutos, mas durou uma hora. Informações apuradas pelo correspondente internacional Felippe Coaglio, a conversa foi muito positiva. Lula e Subianto discutiram temas como a liberação do frango brasileiro para o programa do governo de alimentação para crianças, grávidas e lactantes; aumentar o envio de carne brasileira; e identificaram oportunidades para a Embraer suprir demandas do governo indonésio e da aviação comercial. O país já usa o Super Tucano da Embraer desde 2011 e podem fechar acordos. Foram transmitidas as assinaturas dos atos acordados durante a reunião, que foram assinados por ministros e representantes empresariais, como da JBS e J&F. Além do ministro de Minas e Energia, ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, da Agricultura e presidente do IBGE. Lula e Prabowo Subianto falaram com a imprensa após a reunião. Os presidentes demonstraram muita satisfação nos acordos, que foram principalmente nas áreas comerciais, tecnológicas, de defesa e agricultura. Subianto afirmou que os presidentes possuem 'sinergia' em diversos fatores, como no setor internacional, político, econômico e comercial. Também falou sobre a relação multilateral e cooperação entre eles, além de serem membros do BRICS e G20. Lula afirmou que são duas nações determinadas a assumir o lugar que os corresponde em uma ordem em profunda transformação e que o mundo em desenvolvimento deve muito à Indonésia. "No atual cenário de acirramento do protecionismo, nossos países têm plenas condições de mostrar ao mundo a capacidade de defender interesses econômicos com diálogo e respeito mútuo", declarou Lula. O presidente do Brasil também disse que "não faltam oportunidades para o comércio de produtos de maior valor agregado, em especial no setor de defesa", enaltecendo a indústria militar brasileira e se mostrando disposto a contribuir para as necessidades estratégicas da Indonésia, em particular a FAB. "Indonésia e Brasil compartilham o compromisso com a paz, com o desenvolvimento sustentável e com a promoção de uma ordem internacional mais justa", afirmou o presidente do Brasil. Lula comentou que encontrará Subianto em alguns dias, na Cúpula da ASEAN, na Malásia, e que a decisão brasileira de reforçar a cooperação com a Indonésia e com o Sudeste Asiático 'não poderia ser mais acertada'. O presidente do Brasil também abordou o interesse em discutir a possibilidade de comercialização entre ambos com as próprias moedas. "Essa é uma coisa que nós precisamos mudar. O Século XXI exige que tenhamos a coragem que não tivemos no Século XX. Exige que a gente mude alguma forma de agirmos comercialmente para não ficarmos dependentes de ninguém" disse. "Nós queremos multilateralismo e não unilateralismo. Nós queremos democracia comercial e não protecionismo. Nós queremos crescer, gerar empregos. Emprego de qualidade, porque é para isso que nós fomos eleitos para representar o nosso povo." Nas últimas duas décadas, o comércio entre os dois países cresceu mais de três vezes, de 2 bilhões para 6 bilhões e meio de dólares. Em 2024, a Indonésia foi o quinto destino das exportações do agronegócio brasileiro. Para Lula, esses valores ainda são tímidos diante do potencial dos mercados consumidores. Lula também disse sobre ele e o presidente Prabowo concordarem quanto à urgência de agirem com determinação para vencer a crise climática, pois a Indonésia tem sido um parceiro fundamental nessa luta. Os países estão entre os maiores países detentores de floresta tropicais e com maior biodiversidade do mundo, segundo Lula. Também são grandes produtores de biocombustíveis, que terão papel fundamental a desempenhar na transição para economias de baixo carbono. "Indonésia e Brasil trabalharão juntos para uma transição energética justa, rumo a economias menos poluentes e mais sustentáveis, sem prescindir da geração de empregos de qualidade e da redução das desigualdades", relatou Lula. Ele disse que agradeceu ao apoio do presidente Subianto à COP30, que se realizará em alguns dias. Por fim, Lula aceitou ao convite de Subianto para comemorarem seus aniversários - o presidente da Indonésia completou 74 anos no dia 17 e Lula fará 80 no dia 27. Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante fotografia oficial e assinatura do livro de visitas, no Palácio Merdeka. Ricardo Stuckert/PR Expectativa de encontro com Donald Trump Após a passagem pela Indonésia, Lula seguirá para a Malásia, onde participará da cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e poderá se reunir com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Fontes dos dois governos confirmaram à imprensa internacional que há disposição mútua para o encontro, que deve ocorrer no domingo (26), caso as agendas coincidam. Segundo reportagem da Reuters, o governo brasileiro propôs o encontro no início do mês, e os dois líderes tiveram uma “conversa muito boa” por telefone dias depois. Autoridades dos dois países avaliam que a cúpula asiática representa um local neutro e diplomático para a reunião, o que permitiria um diálogo mais direto sobre temas econômicos e regionais. Se confirmado, será o primeiro encontro presencial entre Lula e Trump desde o início da crise provocada pelo tarifaço de 50% aplicado pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. O Planalto vê a conversa como uma oportunidade para “reorganizar a relação” entre os países e buscar a suspensão das tarifas impostas em julho. Também devem estar na pauta as medidas restritivas a autoridades brasileiras e a posição dos EUA sobre Venezuela e Colômbia — temas em que Lula tem insistido em defender uma “zona de paz” na América do Sul. O que vai ter na viagem à Ásia A viagem à Ásia deve durar uma semana, com compromissos oficiais na Indonésia e na Malásia. Na sexta-feira (24), Lula visitará a sede da ASEAN, em Jacarta, antes de seguir para Kuala Lumpur. A Cúpula da ASEAN reúne líderes de dez países do sudeste asiático — Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Mianmar, Singapura, Tailândia e Vietnã — para discutir cooperação regional, crescimento econômico e estabilidade política. O Itamaraty informou que o presidente brasileiro deve aproveitar o evento para estreitar laços comerciais com os países do bloco e ampliar a presença do Brasil no mercado asiático, com foco em exportações agrícolas, energéticas e de tecnologia sustentável.

FONTE: https://g1.globo.com/politica/noticia/2025/10/23/lula-chega-ao-palacio-merdeka-para-reuniao-com-o-presidente-da-indonesia.ghtml


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