Meningite e influenza em alta: pediatra alerta para risco às crianças
23/11/2025
(Foto: Reprodução) Pediatra orienta sobre cuidados com crianças durante o feriado na praia
A queda nos índices de vacinação tem preocupado profissionais de saúde e já se reflete no aumento de internações por doenças que poderiam ser prevenidas. Em anos anteriores, a cobertura vacinal infantil chegava perto de 90%, mas hoje está abaixo de 50%, segundo a pediatra Bruna Giacomelli Moraes, chefe do setor de pediatria da Santa Casa de Santos.
Em entrevista à TV Tribuna, afiliada da Globo, Bruna destacou que tanto a meningite quanto a influenza estão em alta na região.
Ela lembrou que os sintomas da meningite incluem febre alta persistente, vômito, dor e rigidez na nuca, mal-estar e prostração, e a influenza tem se manifestado fora de época, aumentando a demanda hospitalar.
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Além da vacinação, a pediatra recomenda medidas simples para reduzir a transmissão, como lavar bem as mãos, evitar enviar crianças doentes à escola, manter ambientes ventilados e oferecer alimentação saudável.
“Vacina salva muitas vidas e não são só as crianças, né? Os idosos, gestantes, que às vezes como uma população que não pode vacinar, a gente pode cuidar também", reforçou Bruna.
O que é a menigite tipo C
Médica alerta para a necessidade da vacinação contra a meningite
Prefeitura de São Vicente e Royalty Stock Photo/Science Photo Library/Arquivo AFP
A meningite bacteriana do tipo C, responsável pela morte de Milena do Nascimento Alvarenga, de 11 anos, em Praia Grande (SP), é uma inflamação das meninges (membranas que envolvem o cérebro, cerebelo e medula espinhal). A aluna da rede municipal morreu após internação no Hospital Irmã Dulce, onde era monitorada pela Vigilância Epidemiológica.
O infectologista Leandro Curi destacou que pessoas vacinadas ainda podem contrair meningite, assim como ocorre com covid-19 e catapora, mas com quadros mais leves. “Com diminuição da necessidade de internação, de sintomas e, consequentemente, diminuição de mortalidade”, afirmou. Segundo ele, a doença pode levar à morte em poucas horas ou dias quando não diagnosticada e tratada rapidamente.
A meningite pode ser causada por bactérias, vírus, fungos, medicamentos ou doenças autoimunes. As formas viral e bacteriana são transmissíveis, e o especialista reforça que há vacina para a maior parte das infecções bacterianas. “Existe vacina para a maioria das infecções bacterianas e, para a viral, pode-se pensar mais em tratamento antiviral mesmo”, explicou.
Curi também detalhou que a bactéria mais comum é a Neisseria meningitidis, conhecida como meningococo, dividida em subtipos como A, B, C, W e Y. “São mais ou menos prevalentes em uma região e podem ser mais ou menos virulentos, podem ser mais ou menos infecciosos”, disse. O imunizante contra a doença integra o calendário nacional de vacinação.
Meningite meningocócica
Infografia: Igor Estrella/G1