Mulher extraditada de Portugal é indiciada por matar cinco filhos em MG
24/10/2025
(Foto: Reprodução) Investigada por envenenar filhos é extraditada para o Brasil
A Polícia Civil concluiu os inquéritos que investigavam a morte de cinco crianças em Timóteo, no Leste de Minas, e o envolvimento de outras vítimas em diferentes crimes. O caso tem como principal investigada Gissele Oliveira, de 40 anos, que chegou a Belo Horizonte na última quinta-feira (23) após ser extraditada de Portugal, onde estava presa desde agosto.
Segundo a delegada Valdimara Teixeira, responsável pela apuração, Gissele foi indiciada por cinco homicídios consumados, dois tentados e quatro crimes contra a dignidade sexual, além de coação no curso do processo. Também foram indiciados outras três pessoas: dois ex-companheiros e a mãe dela.
“Nós temos homicídio, homicídio tentado, coação no curso do processo, estupro e estupro de vulnerável. São pelo menos 11 vítimas. Todos os inquéritos foram relatados e remetidos à Justiça”, afirmou a delegada durante coletiva nesta sexta-feira (24).
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Dois investigados permanecem presos preventivamente e os outros dois respondem em liberdade. A mulher está recolhida no Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto, em Belo Horizonte, e ficará à disposição do Poder Judiciário.
Entenda o caso
De acordo com a Polícia Civil, os crimes ocorreram entre 2008 e 2023, em Timóteo. As investigações apontaram que Gissele sedava os filhos com medicamentos e, em seguida, os asfixiava. Cinco crianças morreram, com idades entre 10 meses e 3 anos.
Gissele foi extraditada para o Brasil e indiciada por matar cinco filhos, entre outros crimes
Reprodução/Redes Sociais
As vítimas apresentavam sinais de intoxicação e sufocamento, e laudos toxicológicos confirmaram a presença de substâncias como fenobarbital e clonazepam. O primeiro caso investigado, de 2007, foi inicialmente tratado como acidente doméstico, mas reaberto após novos depoimentos e exames.
A suspeita também foi indiciada por omissão em crimes sexuais cometidos contra três irmãs, à época crianças, e por coautoria em outro caso envolvendo uma menor de 10 anos.
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Extradição e prisão em Portugal
Após o avanço das investigações e a decretação da prisão preventiva, Gissele fugiu do Brasil em abril de 2025 e foi localizada em Coimbra, Portugal, pela Polícia Judiciária portuguesa com apoio da Interpol e da Polícia Federal brasileira.
Ela constava na lista de Difusão Vermelha da Interpol e foi extraditada após decisão judicial. O voo com a investigada pousou no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, na última quinta-feira (23).
Segundo a PF, Gissele respondia por crimes de homicídio e coação no curso do processo. Mesmo fora do país, ela continuava ameaçando testemunhas e familiares, o que motivou o pedido de extradição.
Outros investigados e crimes conexos
Além de Gissele, foram indiciados dois ex-companheiros e a mãe dela. Um dos homens permanece preso por abuso sexual contra três irmãs da investigada, em crimes ocorridos entre 2008 e 2010.
Inquéritos que envolvem o caso da mulher suspeita de matar cinco filhos em MG foi concluído com cinco indiciados
Marina Bhering/Inter TV dos Vales
Outro ex-companheiro, também indiciado por tentativa de homicídio, chegou a ser hospitalizado em 2022 com sintomas semelhantes aos apresentados pelas crianças. O caso foi considerado tentativa de envenenamento.
Segundo a delegada Valdimara, cinco foram elaborados cinco inquéritos e todos já foram concluídos e enviados ao Ministério Público. “O trabalho durou mais de um ano, envolveu dezenas de depoimentos e apoio técnico da perícia e da criminalística”, destacou.
Próximos passos
Com a conclusão do inquérito, o caso segue para análise do Ministério Público e da Justiça de Timóteo, que decidirão sobre o oferecimento da denúncia e a manutenção das prisões preventivas. A delegada ressaltou o papel da sociedade na elucidação do caso.
“Depois da primeira coletiva, várias pessoas procuraram espontaneamente a delegacia para prestar depoimento. Essa colaboração foi fundamental para que chegássemos ao fim das investigações.”
Caso seja condenada por todos os crimes, a pena de Gissele pode ultrapassar 150 anos de prisão, segundo estimativa da Polícia Civil.
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