'Quatros meses de maus-tratos', indica médico que atendeu idosa resgatada de casa de repouso clandestina em Americana
07/11/2025
(Foto: Reprodução) Casa de repouso é fechada em Americana após idosa ser resgatada com sinais de desnutrição
A idosa resgatada em estado de nutrição em uma casa de repouso em Americana, nesta quinta-feira (6) estava há pelo menos quatros meses em situação de maus-tratos, segundo o médico Richard Mello, que a atendeu na UPA São José.
"Ela se encontra em quadro de desnutrição crônica, de desidratação importante [..] e está em leito de emergência. O estado clínico que ela ingressou indicava algo que já acontecia há um logo tempo. Mais de quatro meses, pelo menos, de desnutrição e maus-tratos", comentou o médico.
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A idosa havia sido levada para a unidade por uma cuidadora. De acordo com Janine Telles, coordenadora da UPA, ao ser questionada, a cuidadora deu respostas evasivas e foi embora.
"A gente chamou o serviço social, desconfiou que pudesse ter alguma situação de maus-tratos. Então, junto com o serviço social, foi feita uma investigação com essa cuidadora, se ela já sabia que estava assim, há quanto tempo. Essa cuidadora respondeu algumas perguntas, desconversou e logo foi embora, deixou a idosa", conta a coordenadora.
A equipe também entrou em contato com o filho da idosa, que afirmou não ter conhecimento da situação de maus-tratos e acionou a Guarda Civil Municipal, informando que a idosa tinha sinais claros de desnutrição, e que o quarto onde ela vivia tinha apenas um pequeno sofá, apresentando risco de queda.
Equipes da GCM foram até a casa de repouso e encontraram oito idosos, sendo três acamados. No local não havia fichas clínicas ou documentos pessoais, não possuía estrutura adequada e funcionava sem autorização.
A responsável pelo espaço, de 48 anos, foi presa em flagrante. Dois idosos foram encaminhados ao Hospital Municipal e seis entregues às famílias.
Interdição
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Aos agentes, a responsável admitiu que cuidava de nove idosos mediante pagamento e que o espaço estava em fase de encerramento por falta de recursos.
A Vigilância Sanitária constatou que o imóvel não tinha licença sanitária, responsável técnico, condições de higiene e segurança estrutural.
De acordo com Eliane Ferreira, coordenadora da Vigilância Sanitária de Americana, a casa apresentada risco grande para idosos.
"Uma casa em condições precárias de funcionamento. Não tinha um responsável técnico pelo local. A estrutura física da casa muito deficiente, sem condições de acessibilidade. Uma condição de insegurança muito grande para os idosos. Falta de higiene, muita desorganização. Uma situação muito desfavorável, ruim mesmo", explica Eliane.
Ela também afirmou que não há comprovação sobre a administração correta de medicamentos e que a casa não tinha placas, assemelhando-se a uma residência. Foi a primeira vez que a Vigilância recebeu denúncia do local.
"Fizemos a interdição total do estabelecimento e, a partir de agora, só vai funcionar depois que ela cumprir todos os requisitos sanitários e de segurança para que possa voltar a funcionar", complementa.
O local foi interditado, e foram lavrados autos de infração e penalidade.
No documento, a Polícia Civil afirma que a justificativa de falta de pagamento não exclui a responsabilidade da administração, que deveria ter acionado órgãos competentes ou levado a vítima ao hospital.
O foi registrado no 3º Distrito Policial de Americana como crime consumado por expor a pessoa idosa a perigo a integridade e saúde.
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