Remédio único para pressão alta pode reduzir risco de infarto e AVC, alerta associação médica

  • 19/12/2025
(Foto: Reprodução)
Remédio único para pressão alta pode reduzir risco de infarto e AVC, alerta associação médica Adobe Stock Tomar um único comprimido que reúne dois ou mais medicamentos contra a pressão alta pode ajudar pacientes a controlar a hipertensão mais rapidamente e reduzir o risco de infarto e derrame, segundo um posicionamento científico divulgado nesta segunda-feira (15) pela American Heart Association. O documento aponta que a estratégia melhora a adesão ao tratamento e está associada a menos eventos cardiovasculares, mas destaca que ainda faltam dados robustos em pacientes de maior risco. E NO BRASIL? Opções de comprimido único para tratar a pressão estão disponíveis na rede particular no Brasil há 15 anos e são cada vez mais defendidas por entidades médicas internacionais, mas disponibilidade ainda não é uma realidade no SUS. Menos comprimidos, mais controle da pressão Os pesquisadores da Universidade de Utah, liderados pelo farmacêutico e professor Jordan B. King, reuniram evidências clínicas que mostram que a maioria das pessoas com hipertensão precisa de dois ou mais medicamentos para atingir a meta recomendada de pressão arterial abaixo de 130 por 80 mmHg. Veja os vídeos que estão em alta no g1 Segundo o grupo, iniciar o tratamento já com uma combinação em dose única evita atrasos comuns do modelo tradicional, que começa com um remédio isolado e faz ajustes graduais. “Se os comprimidos combinados fossem a regra, e não a exceção, haveria um ganho significativo no controle da pressão na população”, afirmam os autores. O posicionamento foi publicado na revista científica “Hypertension”. Menor risco de infarto e AVC Estudos observacionais acompanhando pacientes por períodos de um a cinco anos indicam que o uso de comprimidos combinados está associado à redução de 15% a 30% no risco de eventos cardiovasculares graves, como infarto, AVC, internações por insuficiência cardíaca e morte, em comparação com o uso dos mesmos medicamentos em comprimidos separados. Os autores ressaltam que esse benefício está ligado principalmente à maior adesão: quanto menos comprimidos por dia, maior a chance de o paciente seguir corretamente o tratamento. Não é a mesma coisa que “polipílula” O documento faz uma distinção clara entre os comprimidos combinados para hipertensão e as chamadas polipílulas. Enquanto os primeiros reúnem apenas medicamentos para baixar a pressão, as polipílulas combinam esses fármacos com estatinas ou aspirina, com foco mais amplo na prevenção cardiovascular. Barreiras ainda limitam o uso Apesar das vantagens, o uso dessas combinações ainda é restrito. Entre os principais obstáculos estão: Custo e cobertura dos planos de saúde, que muitas vezes exigem a prescrição separada; Resistência de médicos, preocupados com menor flexibilidade para ajustes de dose; Falta de opções comerciais, especialmente para combinações com três ou quatro medicamentos. Segundo os autores, ampliar o acesso poderia reduzir custos no longo prazo e aliviar a sobrecarga do sistema de saúde. Combinação em pílula única ainda não disponível no SUS O cardiologista do InCor Luiz Aparecido Bortolotto, que já participou da Câmara Técnica do PCDT de Hipertensão Arterial do Ministério da Saúde, explica que comprimidos únicos para tratar a pressão arterial são uma tendência cada vez mais vista nas diferentes diretrizes internacionais, mas ainda não há esse tipo de combinação em pílula única disponível no SUS. “Em vários países onde há a combinação de pílulas com dois ou três medicamentos, o benefício de controle da pressão é muito grande, inclusive na avaliação de custo-benefício. No Brasil, já dispomos de várias combinações com dois medicamentos há cerca de 15 anos. Infelizmente ainda não temos essas combinações no SUS, mas essa é uma reivindicação de todas as sociedades médicas que lidam com hipertensão”, afirma. Combinações duplas controlam a pressão em 60% dos hipertensos; as triplas, em 90% As combinações duplas de medicamentos têm potencial para atingir a meta de controle da pressão abaixo de 14x9 mmHg (milímetros de mercúrio), em 60% dos pacientes hipertensos, segundo Bortolotto. Elas podem juntar as classes de medicamentos da seguinte forma: Bloqueadores do Sistema Renina-Angiotensina (como Losartana ou Enalapril) com diuréticos (como Hidroclorotiazida) ou bloqueadores do Sistema Renina-Angiotensina (ex: Loartana ou Enalapril) com bloqueadores de canais de cálcio (como Anlodipina) Entre os exemplos de combinações duplas estão: Lotar (Losartana com Anlodipina) Acertanlo (Anlodipino com Perindopril) ⁠Diovam HCT (hidroclorotiazida e Valsartana) Entre os exemplos de combinações duplas estão: Lotar (Losartana com Anlodipina) Acertanlo (Anlodipino com Perindopril) Mas como a meta da pressão é abaixo de 13x 8 mmHg, é mais adequada a combinação de três classes de medicamentos, que podem controlar a pressão em 90% dos hipertensos. A tripla combinação junta as classes de medicamentos da seguinte forma: • Bloqueadores do sistema renina-angiotensina (como Loartana ou Enalapril) com diuréticos (como Hidroclorotiazida) e também com bloqueadores de canais de cálcio (como Anlodipina) Entre os exemplos de combinações triplas, estão: Exforge (Valsartana, Anlodipino e hidroclorotiazida) Triplixam (Perindopril arginina, Indapamida e Besilato de Anlodipino) Benicar triplo (Olmesartana medoxomila, Hidroclorotiazida e Anlodipino) As classes dos medicamentos para pressão As combinações de pílula única disponíveis atualmente na rede particular no Brasil juntam até três classes de medicamentos, que são disponíveis vendidos a custo mais acessível, mas vendidos separadamente. Entenda abaixo que classes são essas: Bloqueadores do sistema renina-angiotensina: Losartana Olmesartana Valsartana Candesartana Enalapril Perindopril Lisinopril Ramipril Bloqueadores de canais de cálcio: Anlodipina Diuréticos: Hidroclorotiazida Indapamida Clortalidona Bortolotto afirma ainda que a própria indústria farmacêutica, além das associações médicas, estão disponíveis para discutir com o Ministério da Saúde e que este pedido vem sendo feito desde que as combinações começaram a surgir, há 15 anos. “A combinação em pílula única ajudaria muito no controle da pressão e reduziria o risco de complicações. O indivíduo, em vez de tomar cinco comprimidos, tomaria um com efeito muito mais rápido. As autoridades costumam afirmar que o número de usuários seria muito alto para disponibilizar em larga escala, no SUS. Mas estamos trabalhando para tentar, sobretudo para pacientes de maior risco”, afirma o médico. 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FONTE: https://g1.globo.com/saude/noticia/2025/12/19/remedio-unico-para-pressao-alta-pode-reduzir-risco-de-infarto-e-avc-alerta-associacao-medica.ghtml


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